terça-feira, 17 de março de 2009

O TEMPO É O OCEANO

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...





Terça Feira,17 de Março de 2009

O OCEANO E O TEMPO
Fazei, às vossas esperanças, como fazeis às vossas plantas.Pois a umas e outras precisais enterrar bem fundo as raízes, para que não as arranque o primeiro vento de inverno, ou o primeiro desencanto. E do vosso cuidado dependerá que belas flores possam surgir dos tímidos botões.Comportai-vos, na vida, como no oceano se comporta o barqueiro prudente.Que tem a humildade de ancorar o seu barco, na noite escura, até que volte o sol a iluminar a sua rota; enquanto o insensato desafia as vagas do destino, durante a escuridão da noite tempestuosa.Porque o grande general não é aquele que luta todas as batalhas, mas o que melhor se posiciona com as armas de que pode dispor. E melhor vos saberá o fruto suculento de amanhã, do que o hoje prematuramente colhido.Não é o tempo que rege as vossas vidas. A escolha é um direito que recebeis do Universo.Entretanto, se é vossa a escolha, vossa é a responsabilidade por tudo aquilo que ela vos possa trazer. E, se não vos é possível comandar o tempo, bem podeis utilizá-lo a vosso favor.Aprendei, portanto, a vencer a urgência que vos domina. Pois o sol retorna em todos os dias; como a onda, que agora vos afasta do porto, é a mesma que a ele vos levará, tão logo se altere a maré.Eis que vos escravizais ao tempo, desde que aprendestes a marcar a sua passagem. E o relógio, que deveria tornar mais fácil a vossa vida, tornou-se o vosso senhor. Como o amor, que vos deveria trazer a felicidade, é a causa dos vossos piores sofrimentos.Entretanto, não é das horas que sois escravos; mas dos vossos hábitos. Como não é o Amor que vos faz sofrer, mas as imperfeições que existem em vós. E sufocam o Amor, que vos libertaria, no egoísmo que vos aprisiona.É assim que sois. Para vós, o medo de sofrer é doloroso como o próprio sofrimento; e tanto vos angustiais com o temor da partida, que não vos é dado desfrutar das alegrias da estada. Embora de nada possam valer as vossas angústias, diante do sofrimento e da partida.Aprendei, portanto, que a Vida é como um oceano. E nada vos cabe, senão dirigir o vosso barco da melhor forma que vos for possível. Porque não podeis deixar de fazer-vos ao mar, ou enfunar as vossas velas, por temer as intempéries que decerto cruzarão a vossa rota.Lembrai-vos, entretanto, que é inútil reclamar da tempestade que vos alcança. Cuidai, sim, de recolher as vossas velas, antes que as arrebate o vento furioso; é assim que elas vos poderão servir, amanhã.À brisa suave de um novo dia.

Postado por Rubens Aurelio Pires

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