quinta-feira, 19 de março de 2009

Quinta Feira, 19 de Março de 2009

DE TRISTEZAS E ALEGRIAS
Retorno, como vos prometi.E não no sopro do vento, nem sob outras vestes, nem através de uma nova voz. Embora fosse esta, talvez, a minha vontade, eis que ao descanso ainda não me convocou o Universo.Como o sândalo lacerado oferece ao vento o seu perfume, aos vossos carinhosos ouvidos trago novamente as minhas palavras. E não vos falarei de sofrimento, pois não me cabe plantar amargas sementes no solo amigo e fértil de vossos corações.Deixai, apenas, que mais uma vez vos alerte para que saibais desfrutar de vossos momentos felizes. Pois, quando vos buscar a tristeza, são as lembranças alegres que vos confortarão, para que possais superá-la. E, ainda que as lágrimas vos banhem as faces, em vossos lábios bailará um sorriso.Porque não podeis vencer o rio do tempo. E as suas águas não trazem apenas o colorido dos peixes, mas também os troncos ocultos que ferem e magoam.Entretanto, é em vós que residem a magia e a força do Universo. Se delas souberdes dispor, leve não se tornará o vosso fardo, mas encontrareis a força para transportá-lo.E é certo que necessitareis carregá-lo, até o último centímetro de cada um dos vossos caminhos. E aqueles que vos cercam não vos poderão ajudar, senão com o incentivo do seu carinho.Eis que cada rio tem o seu próprio leito; entretanto as suas águas se juntam, para que sejam formados os oceanos. E, embora cada flor tombe por sua vez, é juntas que fertilizarão o terreno, para que mais belo se torne o jardim.Assim ocorre aos nossos caminhos, que seguem paralelos até que se possam encontrar no Universo. E não nos é dado interferir nos caminhos alheios; pois não podemos chorar senão as nossas próprias lágrimas, nem sorrir senão os nossos próprios sorrisos, por mais caro que seja alguém ao nosso coração.É justo que assim seja, pois a cada um assiste o direito ao crescimento. E ninguém aprende senão com a própria experiência, como a planta apenas se alimenta através de suas próprias raízes.O escuro da noite, que nos impede a visão, é o mesmo que faz atentar para a beleza do luar e traz o descanso aos nossos corpos fatigados. Como o rio caudaloso, que nos impede a passagem, é a fonte dos peixes que nos alimentam.Deixai que mais uma vez me assente entre vós, e seque ao vosso carinho as lágrimas que ainda me correm pelas faces. Busquemos juntos a alegria, pois a tristeza decerto virá ao nosso encontro.Porque assim é a vida. E muitas vezes um tropeço nos é necessário, para que possamos descobrir um novo caminho.Como é preciso vencer a barreira dos espinhos, para conhecer a suavidade da rosa...
postado por RubensAurelioPires

terça-feira, 17 de março de 2009

O TEMPO É O OCEANO

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...





Terça Feira,17 de Março de 2009

O OCEANO E O TEMPO
Fazei, às vossas esperanças, como fazeis às vossas plantas.Pois a umas e outras precisais enterrar bem fundo as raízes, para que não as arranque o primeiro vento de inverno, ou o primeiro desencanto. E do vosso cuidado dependerá que belas flores possam surgir dos tímidos botões.Comportai-vos, na vida, como no oceano se comporta o barqueiro prudente.Que tem a humildade de ancorar o seu barco, na noite escura, até que volte o sol a iluminar a sua rota; enquanto o insensato desafia as vagas do destino, durante a escuridão da noite tempestuosa.Porque o grande general não é aquele que luta todas as batalhas, mas o que melhor se posiciona com as armas de que pode dispor. E melhor vos saberá o fruto suculento de amanhã, do que o hoje prematuramente colhido.Não é o tempo que rege as vossas vidas. A escolha é um direito que recebeis do Universo.Entretanto, se é vossa a escolha, vossa é a responsabilidade por tudo aquilo que ela vos possa trazer. E, se não vos é possível comandar o tempo, bem podeis utilizá-lo a vosso favor.Aprendei, portanto, a vencer a urgência que vos domina. Pois o sol retorna em todos os dias; como a onda, que agora vos afasta do porto, é a mesma que a ele vos levará, tão logo se altere a maré.Eis que vos escravizais ao tempo, desde que aprendestes a marcar a sua passagem. E o relógio, que deveria tornar mais fácil a vossa vida, tornou-se o vosso senhor. Como o amor, que vos deveria trazer a felicidade, é a causa dos vossos piores sofrimentos.Entretanto, não é das horas que sois escravos; mas dos vossos hábitos. Como não é o Amor que vos faz sofrer, mas as imperfeições que existem em vós. E sufocam o Amor, que vos libertaria, no egoísmo que vos aprisiona.É assim que sois. Para vós, o medo de sofrer é doloroso como o próprio sofrimento; e tanto vos angustiais com o temor da partida, que não vos é dado desfrutar das alegrias da estada. Embora de nada possam valer as vossas angústias, diante do sofrimento e da partida.Aprendei, portanto, que a Vida é como um oceano. E nada vos cabe, senão dirigir o vosso barco da melhor forma que vos for possível. Porque não podeis deixar de fazer-vos ao mar, ou enfunar as vossas velas, por temer as intempéries que decerto cruzarão a vossa rota.Lembrai-vos, entretanto, que é inútil reclamar da tempestade que vos alcança. Cuidai, sim, de recolher as vossas velas, antes que as arrebate o vento furioso; é assim que elas vos poderão servir, amanhã.À brisa suave de um novo dia.

Postado por Rubens Aurelio Pires

segunda-feira, 16 de março de 2009

A festa da vida

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...





Segunda -Feira,16 de Março de 2009

A FESTA E A VIDA
Um dia, a festa acabará.Que não vos abandone, entretanto, a alegria. Pois cada fim vos oferece a oportunidade de um novo começo; como o cair da noite traz em si a certeza de um novo dia.Conservai, sim, a esperança em vós. Porque não vedes o mundo, senão com os vossos olhos; e mais fácil vos será o caminho, se o banhardes em luz.Em verdade, o desânimo é a treva mais densa que podeis criar para vós. Nele se perde o vosso verdadeiro Eu, cujos olhos vos tornam capazes de enxergar o Universo.Por isto, não é com os desencantos do idoso que devereis olhar a festa que se encerra; mas com a esperança da criança, que sempre acredita em um amanhã melhor. E aguarda que a manhã seguinte lhe traga novamente a alegria.E não é sofrendo, que melhor ocupareis o vosso tempo entre uma e outra festa. Mas limpando o vosso coração, para que a próxima festa o possa encontrar livre dos restos deixados pela anterior.Esmiuçai, cuidadosamente, cada canto. Varrei para longe as ilusões descartadas, ainda que preciseis recorrer à água do pranto, para afastá-las de vós. E encontrai nas boas lembranças as luzes que vencerão as sombras da amargura, acaso deixada em vós.Conservai no palco os vossos instrumentos. Eles voltarão a tocar, porque a Vida é a música que anima o Universo. E voltareis a pendurar os coloridos balões dos vossos sonhos, tão logo sejais capazes de ouvi-la novamente.Então, voltareis a deslizar pelo salão.
E mais uma vez o som da música vos encantará.


domingo, 15 de março de 2009

Idéias, sentimentos, emoções. Oásis que nos ajudam a atravessar os trechos desérticos da vida...
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Domingo, 15 de Março de 2008

A CANÇÃO DA HUMILDADE
Milhões de seres humanos existem sobre a Terra.E por que haveria eu de julgar-me melhor que qualquer um deles?Acaso não temos a mesma essência, não somos filhos do mesmo Pai? E não possui cada um de nós um verdadeiro Eu?Que eu seja como o junco, que não afronta o vento, mas antes lhe cede a passagem; pois o carvalho, que julga poder detê-lo, muitas vezes tomba durante a desnecessária luta.Que a humildade não se afaste de meu coração, pois a presunção leva à prepotência e na sua origem está a dúvida do próprio valor; o que menospreza os outros é aquele que não tem certeza da própria serventia.Que os meus lábios se calem, antes de proferir palavras que humilhem os meus irmãos. Pois aquele que ao seu redor semeia ofensas, acabará por colher a solidão.Que jamais venha eu a fazer mau juízo de alguém, porque cada homem projeta nos outros o que julga de si mesmo. E que os meus pés não pisem sobre os meus irmãos, mas apenas sobre os seus sofrimentos.Eis que não desejo a pompa e a glória terrenas, pois as suas fanfarras ensurdecem os ouvidos humanos para as verdades da vida. Mas, se ao topo me conduzir o destino, que possa eu continuar amigo dos meus amigos e coerente com as minhas verdades.Que jamais se turve a minha alma, na mentirosa embriaguez do poder. Pois somos o que somos, não o que julgamos possuir.Será maior, perante o Pai, o filho que de mais posses desfruta? E o que fará de suas terras, do seu dinheiro e de todos os seus bens, durante a Grande Viagem?E será, acaso, mais feliz aquele que se acostuma a mandar? O que fará, quando ninguém mais houver para obedecer às suas ordens?Infeliz daquele que dedica as suas forças a semear aparências de poder, que se desfarão nas águas do tempo.Pois as verdadeiras sementes são eternas, desde o início do homem sobre o mundo. E, na sua aparente simplicidade, sobrevivem a todos os tiranos que um dia se julgaram deuses.Por isto, que eu possa eu plantar sempre ao meu redor:- o amor- a amizade- a tolerância- a compreensão.Que sejam as minhas palavras como a brisa que retempera, não como o furacão que destrói.Que persista em mim o respeito aos meus irmãos, para que deles eu obtenha o respeito. E não o temor, que é apenas o ódio sob a máscara do medo.E que em mim sempre exista a humildade.Pois é ela o caminho para a verdadeira grandeza.